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A realidade humana- Carmen Viana

O Universo Do Ser
Ou
A Dura Realidade Humana



Poucas são as pessoas que nunca se fizeram perguntas como: 'Quem sou eu?', 'Por que eu existo?', 'O que é a vida?', 'De onde eu vim e para onde eu vou?', 'O que é o Universo?'...

O que sabemos é que vivemos em um minúsculo planeta de um sistema planetário que orbita uma estrela de 3ª geração e 5ª grandeza. Pertencemos a uma raça chamada humana que, supostamente, evoluiu do primata, com uma vida média de 70 anos. Nos alimentamos de uma dieta variada que inclui outros seres biológicos, alguns dos quais até nossos próprios ancestrais - os macacos.

Existimos no regime de dualidade - macho e fêmea. Procriamos através do ato sexual, trabalhamos pela nossa sobrevivência, criamos nossos filhos, guerreamos e matamos, os da nossa própria espécie e muitas vezes os do nosso próprio sangue, pelos mais diversos motivos que variam de luta pelo poder, por dinheiro, por terra, ideais políticos e até mesmo pela milenar disputa de divindade. Tudo isso sabendo, com certeza, que, independentemente do que façamos durante nossas vidas, algumas coisas são certas:

Vamos envelhecer, adoecer e morrer, a menos que venhamos a morrer ainda jovem.

Somos constantemente iludidos por promessas de novas curas, novas descobertas científicas, novos desenvolvimentos da tecnologia, novos caminhos espirituais em novas seitas e religiões, novas práticas esotéricas ou fórmulas naturais, novos líderes políticos, novas filosofias políticas e sociais e novos partidos.

Todas as verdades absolutas de hoje serão as falácias ultrapassadas de amanhã.

A vida está cada dia mais cara.

O tempo está passando cada dia mais rápido.

Nosso espaço está cada vez menor. Famílias da classe média vivem hoje em apartamentos menores do que um quarto de antigamente.

O desrespeito entre filhos e pais, empregador e empregado, marido e mulher, e assim por diante, está cada vez maior.

Cada ano temos mais obrigações e menos direitos, e os direitos passam, cada vez mais, para as mãos daqueles que menos fazem por conquistá-los.

A medicina sabe cada vez menos, e quanto mais máquinas, testes e exames são criados, menos se entende o corpo humano. A cada ano, a medicina descobre formas mais eficientes de cortar, suprimir, cauterizar e muito menos de curar.

Trabalhamos cada dia mais, para ganharmos cada vez menos.

A cada ano nos exigem mais concursos, mais diplomas e certificados, por menos remuneração e total desrespeito profissional.

E estes são apenas alguns itens entre infindáveis, que desiludem nossas esperanças de chegarmos a "algum lugar melhor..."

Agora, nós lhe perguntamos: qual o propósito desta existência? Alguns dizem: "aprender".

Bonito!!! Impressiona, não é?!

Porém, tal crença é totalmente ilusória. O que você aprende hoje estará totalmente ultrapassado em poucos meses, e mesmo que assim não o fosse, do pouco que aprendemos durante uma vida, a senilidade, com certeza, nos fará esquecer tudo. Muitos de nós esquecemos até nosso próprio nome e nos tornamos incapazes de reconhecer os nossos entes queridos.

Poderíamos dizer que vivemos para conquistar títulos, poder e dinheiro? Ainda mais ilusório!!! A história nos relembra todos os poderosos que acabaram derrotados, humilhados e na mais indigna condição humana.

Difícil é encarar a dura e crua verdade??? Pois, NO PROGRAMA ATUAL, nós nascemos para MORRER!!!

E o que acontece entre lá e cá é uma infindável série de sofrimentos, dores, desilusões, desejos e esperanças frustradas. Claro que haverá aqueles que vão também se iludir, bem como iludir aos outros, vendendo falsas soluções, este ou aquele "segredo" que vai resolver todos os seus problemas, mas a bem da verdade, nunca se ouviu falar de ninguém que, comprovadamente:

Tenha vencido as doenças.

Tenha vencido a morte.

Tenha conseguido escapar dos sofrimentos, medos e decepções da vida.

Tenha descoberto "a verdade", aquela que nos libertará.

Se nos permitirmos parar para refletir, e realmente não nos é dado muito tempo para fazê-lo, e aqui conviria àquele que busca com sinceridade lembrar-se da maldição que Deus colocou em Adão e Eva ao expulsá-los do paraíso pelo "hediondo" crime de o terem desobedecido e comido o fruto da árvore da sabedoria:

"... e a luta pela sobrevivência irá consumir todas as suas horas acordados, e não terás tempo de descobrir o segredo dos Deuses."

Assim sendo, nossa realidade não deixa muito tempo para profundas reflexões, mas vamos esquecer-nos, por um momento, da monstruosidade da condenação e vamos nos ater a algo muito mais simples, do que o motivo do castigo. Vamos analisar o grande crime cometido, em si... Eva e Adão resolveram comer o fruto da árvore da sabedoria do bem e do mal. Como pode um pai, que se diz ser só amor e bondade, punir ad eternum seus filhos, netos, bisnetos, tataranetos e etc..., infinitamente, apenas por querer aprender?! Não parece inverossímil?

Não parece ridículo que toda esta produção chamada Universo - tão perfeita e fantástica - foi criada só para servir de palco para esta triste realidade??? Para esta grande tragicomédia chamada "E Deus criou o homem", com todos os seus toques de maquiavelismo e sadismo?

Séculos se passaram, e nem gênios, nem sábios, mestres espirituais, políticos, reis e magos foram capazes de apresentar respostas ou soluções para esta grande piada que é a cosmologia que nos é apresentada, nem tampouco alguém foi capaz de minimizar as ansiedades, as dúvidas e dores da humanidade.

Examinando os anais de medicina da Idade Medieval, notamos que as doenças que afligiam a humanidade podiam estar resumidas em poucas patologias, que eram administradas por um clínico geral e cabiam em um único compêndio médico. Hoje, apesar do pseudo-avanço da ciência, encontramos mais especialidades médicas do que todas as doenças que existiam no passado. As patologias multiplicaram-se em progressão geométrica, alcançando atualmente um número incomensurável de doenças, rodeadas por um número crescente daquelas sem diagnóstico, das quais os médicos se descartam das perguntas de seus clientes, ao lhes questionarem - "Doutor, o que eu tenho?" - com uma bela e ilusória nomenclatura: Síndrome. Síndrome do Pânico, Síndrome do Intestino Preguiçoso, Síndrome do Cólon Irritável, Síndrome da Fadiga Crônica, Síndrome da Amnésia Duplicada, Síndrome de Paris, Síndrome de Cotard, Síndrome de Fregoli, Síndrome de Capgras, Síndrome de Jerusalém, Síndrome de Stendhal, Síndrome de Diógenes, Síndrome de Estocolmo, Síndrome de Lima, Síndrome das Pernas Inquietas, e esta lista poderia continuar por páginas e páginas. São males dos quais a medicina não sabe explicar suas origens ou causas reais, nem como curá-los e, em poucos casos, consegue apenas oferecer uma droga para minimizar os desconfortos dos sintomas, mas não curá-los. Isto significa apenas uma coisa: quanto mais confiamos na tecnologia material, mais nos afastamos da verdadeira cura, que é o conhecimento da essência humana e da verdadeira dinâmica existencial do Universo.

No âmbito social, vemos que o homem ainda se indulge no macabro esporte da guerra, sendo que após a suposta evolução da "civilização", este esporte foi acrescido de requintes nunca presenciados na época dos chamados bárbaros, quando se matavam apenas os guerreiros. Hoje, terroristas colocam bombas em hospitais e escolas, dizimando inocentes e indefesos.

Porém, ao admirarmos a suavidade de um pôr do sol, uma noite estrelada, uma revoada de pássaros ao amanhecer ou milhares de outras maravilhas da natureza, percebemos que a vida não pode ser um caos.

Ao lembrarmos que há milhões de anos a Terra existe e infinitos seres já respiraram durante milênios, e o oxigênio nunca acabou, milhares de seres já beberam e poluíram as águas do planeta, e esta água nunca se exauriu, ao percebermos o constante milagre da vida, da mais ínfima bactéria aos mais complexos corpos cósmicos, entendemos que existe uma arquitetura complexa e perfeita, regendo este grande balé. Percebemos também que o único ser em desarmonia total é o homem. Bilhões de espécies sobrevivem e convivem em equilíbrio, sem precisar de médicos, professores, advogados, juízes, psiquiatras, psicólogos, religiosos, sistema legal, judiciário nem códigos de leis, obedecendo apenas a voz subjetiva de uma consciência que tudo abrange.

Por que só nós, os seres considerados racionais, vivemos em tamanho caos, sofrimento e desarmonia?

Porque nenhum ser na natureza transfere a responsabilidade de sua existência para outro ser! E, como somos geradores de nossa própria realidade, a qual plasmamos através de nossos pensamentos, baseados em sistemas de crenças totalmente errôneos, aprendemos a esperar que espíritos desencarnados, santos e divindades venham nos prover o que precisamos. Ficamos à deriva, esperando pelo inesperável. Vivemos como navios sem comandante, motor nem bússola, e acabamos destruindo esta máquina fantástica, após milhões de anos de um complexo processo evolutivo, simplesmente porque insistimos em esperar que "alguém" ou "algo", seja este alguém ou algo um político, um guru, uma legislação, um psiquiatra ou uma divindade, venha assumir e resolver nossos problemas existenciais por nós.

Até quando poderemos continuar nesta cegueira inútil, esperando por aquilo que o tempo e a história já nos provaram que nunca virá?

É HORA DE REFORMULAR! É HORA DE DESPERTAR! É HORA DE SER FELIZ!


É hora de nos sentirmos feitos à imagem e semelhança do Criador, e não pecadores estigmatizados, eternamente castigados por supostos erros cometidos por uma Eva, em um abstrato Jardim do Éden... É hora de entendermos a realidade da criação em toda a sua magnificência e complexidade.


EMBARQUE NESTA VIAGEM COM DESTINO AO FANTÁSTICO UNIVERSO INTERIOR.

8,04 bilhões de pessoas vivem em nosso planeta, porém muito poucas terão a oportunidade de participar desta realidade.